domingo, 19 de dezembro de 2010

CONVERSAS



Com Sofia Ferreira de Almeida Anahory, gestora e casada com 4 filhos

Com quatro anos foi para o Brasil com os seus pais e o seu irmão e viveu lá durante cerca de 7 anos. Isso influenciou alguma coisa a sua vida futura?

Os anos no Brasil fora anos bestiais. Não pode haver infância melhor do que passar os fins de semana na praia com muito sol e amigos para brincar. Tive uma infância felicíssima sem absolutamente nada a apontar e isso parece-me que foi importante para a minha vida futura.

Quando voltou para Portugal uma das coisas que fez foi bastante Ballet a ponto da sua professora pensar que você poderia seguir essa profissão mas voce nunca pensou nisso. Já pensava no que queria fazer da sua vida?

Sempre fui muito "boa aluna"  no sentido de fazer o que me pedem e tentar sempre dar o melhor. Penso que foi isso que a professora de ballet gostou. Agora fazer disso a minha vida nunca me passou pela cabeça até porque já tinha imensas dores de costas!

Quando é que pensou em ser gestora? O seu pai teve alguma influência nisso?

Só pensei mais tarde, já no fim do liceu. Pareceu-me um curso bastante abrangente e que tinha matemática que eu sempre gostei. O meu pai, apesar de ser formado em económicas, é mais um homem de negócios nato, e eu até hoje quase sempre trabalhei para outras pessoas. O meu pai influenciou-me sobretudo com o seu exemplo. Tem uma perseverança enorme e é um grande "fazedor" e estratega.

Fale-me do seu percurso como gestora.

Estive vários anos a trabalhar na área financeira e depois passei a fazer análise de empresas cotadas na bolsa, onde também a análise financeira era fundamental. A dada altura, depois de 10 anos desta experiência profissional, achei que já tinha umas boas bases financeiras e o que me apetecia era um trabalho mais comercial. Pensei que o imobiliário seria uma boa opção pois tinha sempre sido uma área a que achava piada. Até porque em matéria de mudar de casa tinha uma grande experiência!

Ainda está na área imobiliária? Como está a correr com a crise? Está optimista?

Sim, ainda estou e gosto imenso. Para já descobri que tenho os genes da minha avó e adoro ter uma função com um grande componente comercial. O mercado está a passar por uma fase complicadíssima e nesta altura há muito poucos investidores activos. O ano que vem deve continuar muito complicado mas mesmo nas piores alturas aparecem sempre umas boas oportunidades e por isso há que estar muito atento.

Põe a hipótese de ir para fora de Portugal com a sua família, por exemplo o Brasil?

O meu marido acabou de criar uma empresa dele aqui em Portugal que está a correr bem pelo que neste momento é pouco provável. Mas se tivesse que ir para fora iria sem nenhum drama. Acho o Brasil um bocadinho longe pois sou muito familiar e teria pena que os meus filhos não se dessem com os primos, os avós, os bisavós.

Se tivesse uma filha que quisesse seguir a profissão de bailarina, importava-se?

Nada! Que sigam a profissão que gostem. Aumenta a probabilidade de sucesso!

Como tem conseguido trabalhar tanto com 4 filhos?

Para já gosto imenso de andar sempre numa correria com o tempo todo completamente preenchido. Mas tenho contado sempre com a ajuda da minha mãe que sempre que pode apoia bastante com os miúdos.

Quais são os seus hobbies?

A minha vida tem sido trabalhar e educar os meus filhos. O tempo que me sobra é para estar com os amigos e com a família. Claro que ainda se arranja um tempinho para lêr, ir ao cinema e viajar.

E projectos para o futuro?

Estou no fim dos "intas" e estou cheia de vontade de mudar um bocado a minha vida nos próximos anos. Talvez ter um trabalho mais flexível, talvez dedicar-me a coisas novas, talvez mudar de casa, talvez fazer um curso qualquer... Projectos há sempre!






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