Nasci e vivi em Cascais, na asa dos meus Avós, junto da Estação dos Comboios, casa essa que hoje é um Banco.
Vivi lá até aos meus 5 anos e lembro-me do medo que tinha de atravessar um corredor que achava muito comprido e por vezes às escuras. Lembro-me da criada que tomava conta de mim e que eu adorava. Lembro-me também das histórias que ela me lia ou me contava até eu adormecer.
Como estamos quase no Carnaval veio-me à memória o medo terrível que tive ao ir à mercearia com essa criada e ver entrar uma figura, não sei se era homem ou mulher, só sei que tinha uma máscara de carnaval que para mim foi horrível! Ainda mais quando a criatura tentou mexer-me tendo logo sido posta na rua por toda a gente à minha volta.
Foi uma pequena coisa que me marcou de tal maneira que através de toda a minha vida odiei máscaras de qualquer tipo!
O ano passado estava uma exposição maravilhosa de máscaras no Museu do Oriente e resolvi ir vê-la achando que era um disparate aquela minha obsessão.
Gostei imenso mas não deixei de sentir um certo mau estar. Senti-me completamente estúpida ao perceber que nunca poderia estar ao pé de uma máscara por maior obra de arte que fosse. Ainda por cima eu cresci sem ter medo de nada e nem me lembro que posso ser assaltada. Sou mesmo um bocado inconsciente nesse campo.
Como um facto passado com uma criança de 4 anos pode influenciá-la para toda a vida...
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