segunda-feira, 18 de abril de 2011

CONVERSAS


Com Francisco Sá da Bandeira, casado, duas filhas, empresário de comunicação.

O que é para ti ser o 13º de 14 irmãos?
É a prova de que o nº 13 não dá azar! É também p privilégio de pertencer a uma família muito grande, onde conversar e comunicar foi sempre um culto. Longos serões à mesa (com pouca televisão), o prazer de contarmos histórias uns dos outros, de reiventarmos a histórias e de as recontarmos com o prazer da narrativa, com imaginação, com humor, com fantasia...

E o que é ter uma irmã gémea?
É só a graça de ter... Por um lado é chato, porque nunca tive o prazer de fazer anos sozinho e de não poder gozar essa exclusividade. Por outro, é engraçado porque, embora muito diferentes um do outro, há sempre uma proximidade afectiva difícil de explicar. Não creio que o facto de ser gémeo tivesse algum efeito no meu carácter...

Conheci-te ainda antes do lançamento da Máxima, estava eu no Semanário. Nessa altura estavas no marketing da L'Oréal. Fala-me do teu percurso profissional na cosmética.
A L'Oréal foi para mim uma grande escola profissional. Estive lá 15 longos anos, trabalhei em diferentes segmentos de mercado e terminei com uma carreira internacional de quatro anos, dos quais dois em Paris e dois em Buenos Aires. Foi também o lugar onde conheci a minha mulher, que participou activamente na minha construção profissional e que hoje trabalha comigo.

Porque é que deixaste uma carreira internacional para regressar a Portugal e criares a tua própria empresa?
Há um momento em que temos de fazer opções radicais e pôr «um pauzinho na engrenagem». Em finais de 1995 foi-me proposto um lugar na Polónia, depois de dois anos na Argentina. Confesso que a ideia não me sorriu. Gosto de viver em países com os quais tenho afinidades culturais, onde entendo as pessoas, os seus códigos, o seu humor, a sua forma de sentir as coisas. Penso que uma ida para um país eslavo seria demasiado duro e eu meu  "carreirismo" não era suficientemente forte para aceitar esse desafio. Por outro lado, senti o apelo das raízes, a vontade de proporcionar às minhas filhas o gozo de uma família grande, aproximando-as do meu passado feliz. Achei também que era o bom momento, tinha a idade, a auto-confiança e a maturidade suficiente para começar um projecto pessoal independente e totalmente novo.

E foi o momento em que surgiu a Pondera... faz agora 15 anos.
É verdade, foi há 15 anos que começou este projecto apostado na comunicação e especialmente vocacionado para a cosmética. Foram 15 anos incríveis, em que conheci todo o mercado da cosmética, desde a perfumaria ao cabeleireiro, passando pela farmácia, que me permitiu encontrar pessoas fantásticas, nas empresas, nas lojas, na comunicação social. Encontrei parceiros de negócio com quem mantive um relacionamento saudável e frutuoso. Tive a sorte de ter uma equipa de primeira classe, pessoas com um grande empenhamento, com uma enorme dedicação e que foram decisivas. Aproveito para falar da Ana Jorge, com quem trabalhei na L'Oréal (e que foi até quem me convocou para a entrevista de admissão) que é uma pessoa com uma capacidade de trabalho e de organização inigualáveis. Tenho (e nisso sou possessivo) a colaboração dedicada da Joana, desde há 11 anos. Tive também a sorte de ter a minha mulher a meu lado, que se juntou à equipa há 4 anos. Tenho a Isabel (temporariamente ausente por doença) e a  Maria, a nossa júnior, que está sempre bem disposta. Há ainda o Jorge, discreto e paciente... Tenho uma equipa que é uma família!

Vamos festejar a Pondera, mas também os clientes fantásticos...
Tenho imenso orgulho na carteira de clientes que temos. Não andei à procura deles, foram eles que nos descobriram, alguns deles por recomendação da própria imprensa. Ter clientes como os que tenho é uma enorme responsabilidade. Cada um é único, com as suas características, as suas "manias", a sua própria cultura de empresa. Temos de conseguir a proximidade suficiente para entender e colaborar com a especificidade de cada um, mas também o distanciamento que nos permite oferecer-lhes uma visão das coisas que é resultado da nossa experiência e da nossa interacção com a comunicação social.
Por isso, tenho que falar também da imprensa com a qual temos desenvolvido um trabalho de grande proximidade e disponibilidade. Creio que a disponibilidade é fulcral no facto de termos os clientes que temos e de termos uma imprensa que aprecia o nosso trabalho e que sabe que estamos sempre "à mão".
Olhando para os 15 anos que passaram, evoco memórias fantásticas de pessoas com quem nos cruzámos, de revistas que foram lançadas, de outras que desapareceram, mas que nos deram a oportunidade de contar ao público a vida das marcas e dos produtos.
Creio que este fascínio por comunicar e "contar coisas" e que me ficou de conversar à mesa em família, tem sido determinante no meu persurso profissional e na actividade que desenvolvo.

Para acabar esta conversa, parabéns à Pondera e à sua equipa pelos seus 15 anos. Mas não posso deixar de falar nos muitos amigos que durante estes 15 anos tu conquistaste e essa amizade deve-se ao teu admirável sentido de humor, ao sabermos que podemos contar sempre contigo e também ao contributo da tua mulher para esta amizade que nos une. Obrigada Francisco pela tua amizade.

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