segunda-feira, 15 de novembro de 2010

CONVERSAS

CONVERSAS COM ...


Diogo Anahory – 39 anos – Publicitário e pianista nas horas vagas.

Pertencendo a uma familia de artistas e criativos, alguma vez sentiste o apelo para trabalhar nessa área? Porquê a Gestão de Empresas?

Apesar de ter um tio-avô pintor e um tio também pintor, arquitecto e escultor, nunca me passou pela cabeça seguir esse rumo das artes plásticas. Sonhei sim com uma carreira musical. A minha mãe que o diga: estraguei muitos sofás lá em casa a bater com as baquetes! Fui para Gestão de Empresas porque era o curso que “estava a dar” na altura e por pressão dos meus pais que sempre me disseram que precisava de um curso “sério”.

Como é que foste parar à Publicidade?

Eu estava a trabalhar num banco, chateado que nem um perú, e um grande amigo meu que na altura já estava numa agência disse-me que eu deveria tentar o mesmo porque tinha tudo a ver comigo. Mandei entao curriculos para as 10 maiores agências portuguesas. Só uma me chamou (descobri mais tarde que o amigo do meu pai Luis Matos Chaves meteu uma valente cunha sem eu saber) e portanto deixei o banco na sexta-feira e comecei na segunda seguinte na FCB. Troquei um ordenado de 180 cts por um de 50 cts – obrigado Sofia por teres segurado o barco!

A partir daí, como foi a progressão?

Fiquei um ano na FCB e depois fui para a TBWA EPG onde comecei a fazer dupla com o José Carlos Bomtempo, meu parceiro e sócio até hoje. Foí aí que percebi que podia trabalhar e divertir-me ao mesmo tempo. Nessa agência, participámos num concurso nacional cujo objectivo era seleccionar uma dupla portuguesa para representar Portugal no Festival de Publicidade de Cannes. Fomos a dupla vencedora cá e em Cannes, em competição com outras 35 duplas de todo o mundo, ganhámos e primeiro prémio.

Qual foi a sensação de ganharem esse prémio?

Foi indescritível. Sabíamos que tinhamos hipóteses de ficar num bom lugar mas ganhar superou as nossas melhores expectativas. Começaram a chover telefonemas de Portugal e cartas com convites de trabalho. Foi definitivamente a nossa rampa de lançamento.

E a seguir?

Da TBWA-EPG fomos para a BBDO onde nos tornámos sócios e directores criativos das contas da Optimus, Nissan e Clix. 3 anos depois abracámos um novo desafio e fomos para a McCann onde ficamos 6 anos, até Março de 2009.

Como surgiu a ideia de fazerem uma agência vossa?

Depois de 14 anos a trabalhar em multinacionais, era o passo que faltava: uma agência com o nosso nome na porta e onde podemos tomar todas as decisões sem ter de pedir licença “aos americanos”. E assim surgiu a BAR – Bomtempo, Anahory, Ralha.



Quem é que pensou na BAR como ela é?

Foi um processo a 6 mãos. Desde o início que decidimos que teríamos que fazer muito diferente do habitual. Quem entra na nossa agência entra num sítio inspirador, informal e feito para as pessoas (clientes e colaboradores) se sentirem em casa. O BAR é um local de entretenimento e um ponto de encontro.

Porquê o piano?

Aos 38 anos percebi que ainda ía a tempo de aprender a tocar piano. Passados 2 anos de lições decici comprar um piano vertical que estava, atér agora, em casa. Um BAR sem um piano não é um BAR.

Servem alguma coisa a quem visita o BAR?

Para já só servimos grandes ideias para os nossos clientes (acompanhadas de um cafezinho e um copo de água). Quem sabe um dia serviremos também cocktails magnifícos!

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